sábado, 16 de abril de 2011

RESUMO DOS MESES DE FEVEREIRO E MARÇO

Fala galera da Luta!! o Blog andou meio parado esses meses por falta de tempo desse amigo aqui peço desculpas aqueles que acompanham nosso blog, mais vou resumir aqui as noticias que ocorreram em Fevereiro e Março e postarei as noticias de ABril!!!!

Luta Olímpica

Um dos melhores atletas da categoria meio pesado em atividade no Brasil, o mineiro Glover Teixeira conquistou no último sábado (09), no Rio de Janeiro, o bicampeonato brasileiro de Luta Olímpica. Competindo na categoria 120kg do Estilo Livre, o aluno de Chuck Liddell precisou vencer quatro adversários para ficar com título repetindo o feito do ano passado. “Estou muito feliz. Apesar de não ser minha prioridade, é sempre bom sentir a adrenalina das competições”, comentou Glover após o título. Outro lutador de MMA que esteve em ação na competição, o atleta da RFT faixa Preta de Luta Livre Leonardo Chocolate ficou com o vice-campeonato da categoria 96kg do Estilo Livre.

JUNGLE FIGHT

Edilberto Crocotá e Sérgio Junior se enfrentaram em 2010, no ringue do Jungle Fight, e a disputada luta terminou em empate. Meses depois, os nordestinos voltaram ao palco, desta vez em Vila Velha, e deram aos fãs mais 15 minutos de ação.

Se foi Crocotá quem riu na pesagem com provocações, Sérgio respondeu na hora da luta (e um pouco na tradicional entrada, coma dança da motinha), dominando a ação durante boa parte do tempo – e ironizando o oponente a cada golpe desferido. As brincadeiras do atleta da RFT irritaram tanto Crocotá que ele ainda levou um cartão amarelo no segundo round, quando acertou um soco em Sérgio, que estava preso nas cordas. No fim da batalha, vitória para Sérgio na decisão dividida. “Essa vitória valeu pelas duas lutas”, comemorou Junior.

Massaranduba e Lula brilham em Vila Velha

Entre os principais destaques da noite, Francisco Massaranduba anotou mais uma vitória em seu currículo, dominando as ações e vencendo o duríssimo João Paulo, que substituiu Rodrigo Damm em cima da hora, na decisão unânime. Apesar da derrota, João saiu valorizado por Wallid Ismail, e aplaudido de pé pelo público. O mesmo não aconteceu com Marcelo Guimarães, que derrotou Paulão Rodrigues. Abusando das quedas, Marcelo não produziu no chão, mas pontuou o bastante para vencer na decisão.

Em mais uma peleja disputadíssima, Renato Moicano mostrou coração de sobra para suportar a um primeiro round ruim e reverter o panorama contra Andrezinho Nogueira, conseguindo os melhores golpes nos rounds seguintes e vencendo nas papeletas. Campeão peso pesado do WFE, Ednaldo Lula precisou de apenas 70 segundos para nocautear Antídio Neto com um cruzado de direita. O nocaute coloca o invicto Lula com 10 triunfos, enquanto Antídio sofreu sua primeira derrota em três lutas.

Sparring do Popó perde cinturão

Na disputa do cinturão sul-americano de Boxe, o brasileiro Luciano “Olho de Tigre” deixou o cinturão escapar contra o gringo Elvin Perez. Com um jogo consistente e socos rápidos, Perez tirou o título do sparring de Arcelino Popó com um nocaute técnico no segundo round. Confira abaixo os resultados completos do evento e confira, na segunda-feira, uma galeria de fotos exclusiva do Jungle Fight 25.

CARD COMPLETO (sujeito a modificações):

Jungle Fight by Pretorian 25
Vila Velha, Espírito Santo
Sábado, 19 de fevereiro de 2011

MMA:
- Sergio Junior derrotou Edilberto Crocotá na decisão dividida dos juízes;
- Renato Moicano derrotou Andrezinho Nogueira na decisão unanime dos juízes;
- Francisco Massaranduba derrotou João Paulo na decisão unanime dos juízes;
- Marcelo Guimarães derrotou Paulão Rodrigues na decisão unanime dos juízes;
- Wilian Santos derrotou Ascir Caetano por interrupção médica no 3R;
- Ednaldo Lula nocauteou Antídio Neto a 1min10s do 1R;
- Luis Guilherme derrotou Valdir Silva por nocaute técnico a 3min40s do 1R;

Boxe:

- Elvin Perez derrotou Luciano Olho de Tigre por nocaute técnico no 2R.

Atleta com passagens pelos ringues do Japão e Inglaterra, Leonardo Chocolate estará de volta aos palcos internacionais no dia 28 de março. Em busca da vitória, depois de uma derrota e um empate, o lutador da RFT encara Tomasz Drwal no Fighters Arena Lodz, evento que acontece na Polônia. Com 14 vitórias e apenas uma derrota no currículo, Tomasz assinou com o UFC em 2007, mas acabou nocauteado por Thiago Silva em sua estreia. O polonês desceu de categoria e anotou três vitórias, mas acabou finalizado por Rousimar Toquinho, em 45 segundos, e perdendo para Dave Branch em seguida, sendo cortado da organizaçãO

Resultado Chocolate Acabou perdendo essa Luta !!!!
Faixa-preta da RFT, Leonardo Chocolate lutou nesse sábado (26), contra o ex-lutador do UFC, Tomasz Drwal. O combate aconteceu na polônia, no evento Fighters Arena Lodz 2, e o brasileiro acabou nocauteado aos 3min e 37segundos do segundo round. Leonardo foi melhor no primeiro round, onde passou a maior parte do tempo castigando o polonês por cima. No segundo round, o brasileiro recebeu uma joelhada no estomago, deu uma desacelerada no ritmo e acabou nocauteado por nocaute técnico.

WEC Pretorian

O WEC Pretorian foi realizado nesse sábado (19), na cidade de Rio das Ostras, região dos lagos do Rio de Janeiro, e contou com dez combates. No evento principal da noite, Paulão Filho derrotou o peruano Jackson Moura na decisão dividida dos juízes. Atual campeão do WFC, Marcelo Grilo também representou bem o Brasil derrotando o peruano Daniel "la hiena" na decisão unânime dos juízes, permanecendo com o cinturão do WFC Pretorian. Confira abaixo os resultados completos no WFC.

CARD COMPLETO (sujeito a modificações):

WFC Pretorian
Benedito Zarour, Rio das Ostras, Rio de Janeiro
Sábado, 19 de março de 2011


- Vinícius Batuta derrotou Salvador Leandro por finalização no R1;
- Thiago Henrique e Henrique Ribeiro terminou em NO CONTEST (lesão);
- Otto Rodrigues derrotou André Borges na decisão unânime dos juízes;
- Flávio Serafim finalizou Renan Leal no R1;
- Julian Jabá finalizou Ronald Martins no R1;
- Bruno Matos nocauteou Tiago Mônaco no R2;
- Jucelino Ferreira finalizou Sandro Rani no R2;
- Paulo Rambinho (BRA) derrotou Johny Iwasaki (Peru) na decisão dividida dos juízes;
- Marcelo Grilo (BRA) derrotou Daniel "la hiena" Asfe (Peru) na decisão unânime dos juízes.
- Paulo Filho (BRA) derrotou Jackson Mora (Peru) na decisão dividida dos juízes.

Shooto Brasil exporta 22 atletas

Presidente do Shooto Sul-Americano, André Pederneiras está rindo à toa com o sucesso de seus atletas. Após fazerem bastante sucesso no Shooto Brasil, Renan Barão e Jorjão Rodrigues, que juntos somam nove vitórias no evento, assinaram contratos com o WEC e o Pancrase, dois dos maiores eventos nos Estados Unidos e Japão. Em carta aberta enviada à TATAME, Dedé comemorou o sucesso do evento, que revelou alguns dos maiores nomes do MMA mundial.

“Este é o meu objetivo, ajudar atletas a chegar onde eles merecem. O evento conta agora com nada menos que 22 atletas que lutaram o Shooto e agora estão lutando fora. Sem contar a ponte direta que temos com o Shooto japonês, que é o vento mais conceituado no mundo em termos de história e por ter lançado nomes como Rickson Gracie (Japan Open), Royler Gracie (Japan Open), Alexandre Pequeno, Anderson Silva, Shaolin, Robson Moura, João Roque (Japan Open/Shooto), Ninja, Marcio Cromado e outros que não consigo lembrar agora. Ou seja, um evento com essa tradição não é qualquer evento, e eu fico muito lisonjeado de ser presidente deste evento em toda América do Sul e conseguir fazer o mesmo trabalho, que é dar oportunidade a estes atletas de chegarem a seu sonho maior, que é ser campeao de um grande evento.

Na verdade, em termos de Brasil, por mais que o evento tenha grande credibilidade e seja muito reconhecido internacionalmente, isto não garante nada aos atletas. Evento nenhum pode garantir que eles vão fechar contrato em um evento internacional só porque estão lutando o meu evento ou outro que seja. Ninguém pode garantir 100% que ‘se lutar aqui ou ali vai lutar fora’. Hoje quem manda são os bons managers, com seus contatos. Tive essa certeza depois da última reunião, que durou três horas com o Joe Silva (UFC) e o Sean Shelby (WEC). Pude ter a certeza de que quem realmente coloca o atleta dentro do evento são realmente os managers, e não um evento. Mas os eventos têm que trabalhar para garimpar esses atletas e dar-lhes visibilidade e, na minha opinião, o mais importante para o atleta chegar lá é ter um bom recorde e lutar em eventos que coloquem seus resultados no Sherdog. Segue abaixo a lista de alguns atletas que começaram no Shooto Brasil e hoje estão nos maiores eventos do mundo:”

Shooto Brasil - Eventos Internacionais – Managers:

José Aldo - WEC - André Pederneiras
Rafael dos Anjos - UFC - Carlos Malta
Will Ribeiro - WEC - Joinha
Marlon Sandro - Pancrase e Sengoku - André Pederneiras
Eduardo Dantas - Shooto Japan - André Pederneiras
Jussie Formiga - Shooto Japan - André Pederneiras
Renan Barão - WEC - André Pederneiras
Jorge Guimaraes (Jorjão) - Pancrase - André Pederneiras
Leonardo Santos - Sengoku - André Pederneiras
Leandro Batata - Shooto Japan - André Pederneiras
Thales Leites - UFC e MFC - André Pederneiras e Joinha
Ronys Torres- UFC - Nilton Maia Leão
Willamy Chiquerim - Shooto Japan - André Pederneiras
Diego Nunes - WEC - Joinha
Felipe Olivieri - Pancrase - André Pederneiras
Yan Cabral - SHC
Danilo Cherman - Cage Rage - Alex Davis
Hacran Dias - Pancrase - André Pederneiras
Giovanni Diniz - Shooto Japan - André Pederneiras
Amilcar Alves - Shine - Doug
Paulo Guerreiro - Shooto Suica
Daniel Otero - Shooto Japan - André Pederneiras


SHOOTO BRASIL

Pela segunda vez o Shooto Brasil desembarcou na capital federal e, após o sucesso da primeira edição em Brasília, os fãs não pensaram duas vezes e lotaram na noite as dependências do ginásio Nilson Nelson. Com três lutas válidas pelo cinturão sul-americano do Shooto Brasil, o destaque ficou por conta de Ronny Markes, que conquistou o cinturão até 91kg do evento.

O faixa-preta da Kimura só precisou de 45 segundos para acertar um direto, que levou Diogo Osama a knockdown, terminando o serviço com uma sequência de socos no chão. Agora o aluno de Jair Lourenço se prepara para encarar Paulão Filho no dia 29 de abril em Recife, no International Fighting Championship. “Deu tudo certo aqui. Isso é fruto de muito trabalho com o Jair e o pessoal da Kimura. Agora tenho a luta contra o Paulão e queria aproveitar para esclarecer que não mandei nenhum recado a ele. Só disse que gostaria que ele fosse bem preparado para que a gente possa fazer um grande espetáculo. Sou fã do Paulão, assisto as lutas dele há muito tempo, jamais o desrespeitaria”, disse Ronny.

Campeão sul-americano até 83kg do Shooto, Carlos Índio teve a chance no final do ano passado de conquistar o título mundial, mas acabou nocauteado pelo afegão Syar Baharduzada. Recuperado e estimulado a buscar uma nova chance pelo cinturão mundial, Carlos Índio esteve para enfrentar seu companheiro de equipe Leandro Batata. Com a contusão de Batata, o baiano Eder Jones foi escalado para a disputa, mas uma lesão no pé a dois dias do evento obrigou o atleta da Minotauro Team a desistir da luta. Em seu lugar entrou Junior Béba, que não respeitou Índio e partiu para dentro do campeão, conseguindo um knockdown em poucos segundos de luta. Carlos Índio se recuperou rápido do golpe e pouco tempo depois devolveu o knockdown. Na sequência aplicou uma série de socos até a interrupção do árbitro aos 3m26s do primeiro round.

Na terceira disputa de cinturão da noite, Hacran Dias encarou o local Eliene Pit. parceiro de treinos de José Aldo, Leo Santos e Marlon Sandro, Hacran claramente dominou os dois primeiros rounds da luta, chegando a fechar o olho de Eliene Pit. No terceiro round, Hacran cansou, mas conseguiu administrar a luta para vencer na decisão unânime dois juízes e conquistar o cinturão sul-americano até 70kg. “Me espelho em caras como José Aldo, Marlon Sandro, Leo Santos... Treinando com eles tenho certeza que estou pronto para lutar contra qualquer um”, disse Hacran ao final do combate.

Nas outras disputas, destaque para o ex-UFC Ronys Torres, que teve uma excelente perfomance diante do duríssimo Guilherme Kioto. Depois de derrubar com um single-leg, Ronys passou a guarda e montou em Kioto. Na sequência tentou uma kimura, que foi bem defendida por Guilherme. Ao tentar sair da posição incômoda, Guilherme cedeu o pescoço e Ronys encaixou a guilhotina, finalizando ainda no primeiro assalto. “Hoje não deu, mas vou desafiar o Ronys para lutar em Belém no meu peso, que é até 70kg”, disse Guilherme.

Quem também se apresentou bem foi Johnny Eduardo. Depois de uma temporada na Holanda ao lado de José Aldo, onde treinaram com o bicampeão do K-1 Andy Souwer, a expectativa era que Johnny mostrasse todo o arsenal em pé, mas o atleta da Nova União surpreendeu seu adversário e mostrou que está treinando tudo. Johnny derrubou várias vezes José Wilson, passou e montou e a vitória veio com um mata-leão aos 2min57s do terceiro assalto.

Campeão até 76kg do Shooto, Hernani Perpétuo não colocou seu título em jogo contra Marco Antônio “Bad Face”, aluno de Cristiano Marcello. A luta estava bem equilibrada e o primeiro round foi todo disputado em pé. Na troca de golpes, Hernani acabou sofrendo um corte no supercílio e no intervalo do primeiro para o segundo round o médico interrompeu o combate, gerando muitos protestos da equipe, que achou precipitada a decisão. “O médico interrompeu, eu não tenho culpa, fiz o meu trabalho e o médico está aqui para preservar a nossa integridade física. Considero o Hernani um top 10 da categoria e espero lutar com ele em outra oportunidade”, disse Marco Antônio. Logo após a luta, o presidente do Shooto Brasil, André Pederneiras, disse que fará a revanche e que possivelmente a luta seja pelo cinturão da categoria. Mas deve vir mais polêmica por aí, já que Hernani, ao assistir a luta novamente, alegou que o golpe que abriu o seu supercílio foi uma cabeçada ilegal. Segundo Pederneiras, se isso for constatado, a luta será declarada No Contest. Confira abaixo os resultados completos do evento.

RESULTADOS COMPLETOS:

Shooto Brasil 22
Ginásio Nilson Nelson, Brasília
Sexta-feira, 1º de abril de 2011

Cinturão até 91kg:
- Ronny Markes derrotou Diogo Osama por TKO aos 45s do 1R;

Cinturão até 83kg:
- Carlos Índio derrotou Junior Béba por TKO no 1R;

Cinturão até 70kg:
- Hacran Dias derrotou Eliene Pit na decisão unânime dos juízes;

Outras lutas:
- Ronnys Torres finalizou Guilherme Kioto com uma guilhotina aos 4min33s do 1R;
- Marco Antônio Bad Face venceu Hernani Perpétuo por TKO (interrupção médica) no intervalo do 1R para o 2R;
- Johnny Eduardo finalizou José Wilson com um mata-leão aos 2min57s do 3R;
- John Lineker nocauteou Saulo Martins aos 3min30s do 1R;
- Bruno Macaco finalizou William Mendes com um mata-leão aos 2min25s do 1R;
- Anistávio Medeiros "Gasparzinho" finalizou Lucio Curado com uma chave de calcanhar no 2R;

- Leonardo Pinheiro derrotou Vinicius Boneco na decisão unânime dos juízes.


Entrevista dada a Tatame

Faixa-preta de Jean Jacques Machado, o americano Eddie Bravo ficou famoso ao finalizar Royler Gracie com um triângulo, no ADCC em 2003. O faixa-preta também foi comentarista do UFC durante anos e sua maior paixão é a musica. Além de comandar diversas academias na América, Bravo é produtor musical e um grande defensor do Jiu-Jitsu específico para o MMA. Confira abaixo a polêmica entrevista com o casca-grossa, onde ele fala sobre a diferença do Jiu-Jitsu que ensina para o tradicional BJJ, comenta como muitas pessoas se voltaram contra ele, fala sobre a vitória em cima de Royler, entre muitos outros assuntos.


Qual é a diferença do Jiu-Jitsu que você ensina para o Brazilian Jiu-Jitsu?

Bom, na minha escola a gente ensina sem o quimono. A gente luta Jiu-Jitsu, eu uso o mesmo sistema de graduação, eu tenho minha faixa-preta com quimono, mas o que é mais importante para mim é que eu amo o Jiu-Jitsu demais, o Jiu-Jitsu está na minha alma, no meu coração, é a arte marcial número um para mim. Não é o Wrestling, não é o Sambo, não é o Caratê, é o Jiu-Jitsu. Meu foco e o que importa para mim é como o Jiu-Jitsu aparece dentro do MMA. O mundo está assistindo ao UFC, então como o Jiu-Jitsu aparece quando alguém está tentando esmagar a sua cabeça, seja nas ruas ou no UFC, é isso que importa para mim. O Jiu-Jitsu tradicional com o quimono tem foco em agarrar, puxar, empurrar, e isso não é tão importante para mim, é como o surfe: tem o longboard, as pranchinhas e eu prefiro as pranchinhas. O surfe veio do longboard, mas eu gosto das pranchas menores, elas são mais importantes para mim, assim como a coisa mais importante para mim no Jiu-Jitsu é como o Jiu-Jitsu é quando o mundo inteiro está assistindo UFC. Foi por isso que eu resolvi tirar o quimono e ensinar a todos os meus alunos como se luta sem o quimono, no clinche, e meu estilo é baseado no clinche. Quando você está no clinche, o seu oponente não pode te bater. Então todo o meu estilo ofensivo, não só defensivo, é a partir do clinche, começando as finalizações a partir daí, as raspagens também, então quando os socos estão entrando, não é diferente, é a mesma coisa porque você está fazendo o jogo de clinche o tempo todo.

Qual é a diferença nas técnicas? Tem diferença das técnicas do BJJ?

Sim, é bem diferente. É tão diferente quanto Judô e Luta Greco-Romana. O Judô e a Luta Greco-Romana têm a mesma premissa, o mesmo conceito: tentar derrubar alguém. No Judô, eles agarram no colarinho, puxam e empurram e todas as posições começam assim, enquanto que na Luta Greco-Romana ele puxam o cara de um lado, de outro, procurando o controle, são músculos diferentes, diferentes clinches, diferentes pegadas, então se você quer ser medalha de ouro em Greco-Romana, você não vai treinar Judô, eles vão treinar Luta Greco-Romana o dia inteiro. Se você quer ganhar uma medalha de ouro no Judô, não treine Luta Greco-Romana, treine Judô o dia todo. Na minha filosofia é a mesma coisa. Se você quer ser o melhor lutador de MMA e se você quer ter o melhor Jiu-Jitsu no MMA, você deve treinar sem o quimono no clinche, como se alguém tivesse te batendo o dia todo. É a mesma ideia.

Qual é a diferença desse tipo de Jiu-Jitsu e do Submission?

São apenas nomes diferentes. Você pode chamar o meu estilo de Submission Wrestling, você pode chamar de Cathing Wrestling (Wrestling de pegada), ou o que seja... Eu continuo chamando de Jiu-Jitsu porque, para mim, isso tudo veio do Jiu-Jitsu. Antes dos Gracie mostrarem para o mundo o que era possível fazer no chão, ninguém o fazia corretamente. Os Gracie mostraram para o mundo como fazê-lo. O que eu estou fazendo é dando um passo adiante, continuando a fazer de maneira correta, mas tirando a indumentária japonesa. Nem é uma roupa brasileira, é japonesa. Vamos nos livrar da roupa japonesa e focar na luta sem quimono, com socos e tudo mais, para que o Jiu-Jitsu seja bem visto no MMA, no UFC, em particular. Esse é o meu objetivo, eu estou fazendo isso para o Jiu-Jitsu, é tudo sobre o Jiu-Jitsu.

Há muita polêmica no Brasil sobre o seu estilo de usar o Jiu-Jitsu. O que você acha disso?

Sabe, é difícil, para mim, entender. Há muitos bons brasileiros no Jiu-Jitsu, eu gosto do Junior Perez, Ricardo Libório, há muitos brasileiros que entendem a minha filosofia, mas ela ainda não foi provada 100%, não para o mundo. Ainda está no estágio de provação, então você pensaria que se você realmente ama o Jiu-Jitsu, você espera que venham novas roupagens, novas técnicas para melhorá-lo. Mas é estranho como tem pessoas que estão se virando contra isso, e tudo o que eu estou fazendo é pelo Jiu-Jitsu. Tudo o que eu faço é pelo Jiu-Jitsu, então a razão que as pessoas estão se voltando contra mim, e há muita resistência, é uma pena, porque eu queria que todo mundo entrasse de cabeça nisso e trabalhando juntos nós poderíamos fazer mais, mas há tanta resistência que eu fico com uma pequena percentagem da comunidade do Brazilian Jiu-Jitsu, ao invés de todo mundo... Isso é desafiador.

Você acha que é impossível, hoje, ir bem no MMA treinando apenas com o quimono?

Não é impossível, mas definitivamente não é o melhor jeito, não é tão fácil como era antigamente. Royce é provavelmente o único lutador de Jiu-Jitsu, o único lutador brasileiro a lutar com o quimono. Ele deixou uma impressão tão forte com o quimono, que todo mundo pensou: eu tenho que ter um quimono também. Se o Royce não tivesse o feito no primeiro UFC, Rickson não o faria também, e a gente teria uma impressão bem diferente do Jiu-Jitsu se o Rickson tivesse feito, ou mesmo o Renzo, ou Bustamante, ou Wallid... Todos esses outros caras poderiam ter feito, mas foi o Royce, e ele decidiu usar o quimono e isso que deixou essa impressão de que o quimono te faz poderoso, o quimono é tudo, quando, para mim, o quimono te desacelera, diminui o seu ritmo. Se, em 2003, quando eu abri a minha primeira escola, e eu disse que abriria a minha escola sem quimono, me prometi que não ia fazer os meus alunos se acostumarem a se agarrar, puxarem daqui e dali... Eles vão lutar MMA, então eles têm que se ajustar. Quando eu fiz isso, a comunidade brasileira de BJJ achou que eu traí o Jiu-Jitsu, eles acharam que eu joguei fora o Jiu-Jitsu, que eu disse: “foda-se o Jiu-Jitsu”. Não foi isso que eu fiz. Eu me livrei do quimono, da indumentária japonesa, nem é brasileira... Eu me livrei dessa parte porque eu achei que isso ia tornar o Jiu-Jitsu melhor, iria trazer o Jiu-Jitsu de volta. Se o Hélio e o Carlos tivessem vivos em 2003, eles diriam: “esse americano está provando um ponto de vista. Por que nós ainda usamos essa indumentária japonesa? A gente evolui tanto, mudamos o esporte tanto, e ainda estamos usando essa indumentária japonesa. Por quê?”.

Eles diriam para todo mundo se livrar de seus quimonos, e agora o Jiu-Jitsu estaria esmagando, dominando todos os lutadores, mas a razão pela qual os lutadores de Wrestling estão dominando é que eles passaram suas vidas inteiras controlando o corpo sem alças, sem o quimono, é por isso que você vê o Matt Hughes dominando completamente Royce Gracie. Royce Gracie treinou com o quimono sua vida toda, e o Matt Hughes nunca treinou com quimono, mas é por isso que ele foi capaz de bater o Royce tão facilmente – ele está acostumado a controlar corpos sem alças. Até mesmo o Roger Gracie... O Roger Gracie acabou de dar seu testemunho esse ano, depois de toda essa resistência, de que 80% do Brazilian Jiu-Jitsu não funciona quando há socos, não funciona no MMA. Ele disse isso, e é o que eu venho dizendo esse tempo todo. Ele disse e ninguém mostrou muita reação. 80% do Brazilian Jiu-Jitsu não funciona quando há socos e trocação. Sim, claro que não funciona porque o Jiu-Jitsu fica puxando e agarrando o tempo todo, ninguém faz isso na luta. Você sabe o que acontece? Mesmo se você não tiver um nível elevado de clinche, ou de Luta Greco-Romana, quando você leva uma porrada, eles vão para o clinche, às vezes até mesmo quando eles não levam um soco, mas agora não é o estilo que eles gostam. Agora, aplicar finalizações não é mais tão fácil, mas se você praticar todo dia, ao invés de praticar o empurra e puxa, mas se você praticar todo dia situações onde você está por cima, por baixo, no clinche, se movendo no clinche, quando alguém começar a te socar, é o mesmo jogo que você faz todo dia, não é um jogo diferente. O que eu estou tentando dizer é: vamos praticar o mesmo jogo que você vai jogar no MMA, não é um jogo totalmente diferente, mas as pessoas parecem não entender.

Você acha que você provou o seu ponto em Abu Dhabi, contra o Royler?

Eu não sei. Obviamente eu não provei, porque as pessoas estariam acreditando em mim. Eu não sei.

Você provou para você mesmo?

Eu sei que, para o MMA, o melhor jeito de se preparar é treinar com qualidade sem o quimono. Tem que ser sem quimono e tem que vir de um instrutor de Jiu-Jitsu sem quimono muito bom, focado em técnicas sem o quimono – isso é melhor do que treinar todo dia com o quimono, para o MMA, apenas para o MMA. Quando um cara começa a te bater, como está o seu Jiu-Jitsu? Quando ele começa a te esmagar, como está a sua técnica? É tudo que importa para mim. No UFC, onde todo mundo está assistindo, todo mundo assiste porradaria. Para mim, o Jiu-Jitsu é tão importante que eu quero aparecer bem no Jiu-Jitsu, eu não estou me livrando do quimono para ajudar o Wrestling ou o Muay Thai, eu me livrei para ajudar o Jiu-Jitsu.

Como aquela vitória ajudou a melhorar o seu nome?

Talvez ganhar de um Gracie tenha sido a maior coisa da minha vida. Isso me deu uma voz mais alta, porque antes disso eu já dizia as mesmas coisas, mas ninguém me ouvia, ninguém nem sabia quem eu era. Batendo nele, agora pelo menos as pessoas me escutam. Eu tenho 29 escolas, eu não estou reclamando, minha vida é ótima, mas minha missão é fazer a minha filosofia um padrão para todos os atletas de Mixed Martial Arts. Eu não estou tentando me livrar do quimono. Algumas das minhas escolas têm aulas com e sem quimono. Eu quero que a comunidade do Jiu-Jitsu entenda que é que nem comparar Judô e Luta Greco-Romana. São dois estilos diferentes. Eu quero que em todas as escolas de Jiu-Jitsu tenha aulas sem quimono, direcionadas para o clinche, que é o mais importante para o MMA. Mas você também tem as aulas de Jiu-Jitsu Gracie, mas que em dois dias da semana tenha aulas sem o quimono. São dois estilos diferentes.

Por que você ensina Jiu-Jitsu com quimono se você acha que o sem quimono é melhor?

Não. Eu estou me referindo ao Jiu-Jitsu para o MMA. Mas há muitas pessoas que não querem lutar MMA, eles gostam do quimono, gostam de se enforcar com o colarinho... Eles gostam e não há nada errado nisso, isso está bem também. Eu não odeio o quimono. Tem pessoas que gostam do quimono e que treinam com ele. Tem gente que gosta do longboard, outros gostam das pranchinhas, então... Sabe o que eu quero dizer? Se você quer treinar com longboard, treine com ele. Eu foco na pranchinha. Você não tem que fazer os dois, mas se você quiser fazer os dois, faça-o. Se você quer fazer um, faça. Se você só quer lutar com o quimono, treine. Eu quero que haja uma escolha, mas eu não quero eliminar o quimono para sempre.

Sobre o UFC, você imaginaria que o evento fosse tão grande quanto é hoje?

Eu não trabalho mais com o UFC, eu acabei de me demitir. Eu trabalhei com eles por oito anos, mas eu tinha que viajar muito e agora estou focado nas minhas escolas, em seu crescimento, em treinar os meus lutadores e trabalhando com música, que é a minha maior paixão. O Jiu-Jitsu foi um acidente (risos). Eu só comecei a fazer Jiu-Jitsu para manter minha boa forma, porque eu não queria parecer um gorducho no palco. Eu comecei a treinar Jiu-Jitsu aos 24 anos, e venho produzindo música a minha vida toda. Eu comecei o Jiu-Jitsu para me manter em forma, me tornei bom nisso, ganhei do Royler e pensei: “que legal”. Eu tenho uma grande paixão pelo Jiu-Jitsu, mas a minha maior paixão sempre foi a música, então quanto maior o meu Jiu-Jitsu fica, maior fica a minha música. Estou trabalhando cada um separadamente. Quanto a eu ter me surpreendido com o tamanho que o UFC tomou, eu nunca me surpreendi. Desde o primeiro dia que eu vi o UFC, eu sabia que ele poderia tomar o mundo. Eu só estava esperando acontecer. Nos anos ruins, como de 1997 até 2000, eu sabia que era só uma questão de tempo, e eu literalmente disse isso: “haverá um bilionário que se apaixonará pelo esporte e irá salvá-lo”. Eu sabia que isso ia acontecer, eu sabia que alguém com dinheiro viria, e isso aconteceu. Os Fertitta se envolveram e compraram. Não houve choque para mim, eu estava esperando por isso esse tempo todo. Eu sabia que não havia como parar, porque todo mundo que eu conhecia que estava dentro disso era fanático por isso, então quando o pequeno mercado foi exposto a isso, a porcentagem de fanáticos foi enorme. É um teste de marketing... Você testa um filme para 40 pessoas, e 30 das 40 pessoas ficam loucas, falando: “cara, foi fantástico”. Você sabe, mesmo só com essas 40 pessoas, que aquele filme vai ser grande. É a mesma coisa quando eu olho para o UFC. Todos os meus amigos ficam doidos com o UFC, e eu sabia que iria decolar, só precisava de uma faísca para estourar, então eu não me choquei nem um pouco.


Show de finalizações no Elite FC, em Campinas

Com casa cheia e lutas empolgantes, o Elite Fighting Championship estreou com o pé direito. Logo em sua primeira edição, a organização viu apenas uma das lutas casadas terminar na mão dos jurados. Entre as super lutas, destaque para Guilherme Carcaça, que encaixou um triângulo para passar por Silvonei logo no assalto inicial. “Foi um grande show pra quem esteve presente no evento. Fomos o primeiro evento a trazer octógono para a cidade de Campinas, lançamos o mascote do MMA de São Paulo, um público bem selecionado, educado, bonito, tudo dentro de um padrão de grande evento”, conta o produtor do evento Cleber Brandão.

CARD COMPLETO (sujeito a modificações):

Elite Fighting Championship
Tênis Clube, Campinas, São Paulo
Sábado, 2 de abril de 2011

Muay Thai:
- Julio Gomes derrotou Sidney Blad por nocaute técnico;

Submission:
- Cesar Tozi derrotou Paulo Mucci por uma vantagem;

MMA:
- José Ediones derrotou Leonardo Rodrigues por nocaute técnico;
- Guilherme Faria finalizou Kleber Wilson;
- Eder Tiburcio derrotou Anderson Black na decisão dividida;
- Junior Beltrão derrotou Luiz Piva por nocaute técnico;
- Bruno Jacaré finalizou Laércio Ribeiro;
- Adriano Nunes finalizou Vinicius;
- Thiago Teodoro finalizou Carlão Chiaua;

- Guilherme Carcaça finalizou Silvonei.